Enquanto eu nascia ela fazia…
Arquiteta: Lina Bo Bardi
Ano Projeto: 1968
Localização: Avenida Paulista 1578, Bela Vista, São Paulo, SP, Brasil
O Museu de Arte de
São Paulo foi construído graças à ideia de Pietro María Bardi, marido de Lina,
junto a Assis Chateaubriand, que em 1946, decidem criam um novo museu de arte
em São Paulo. Inicialmente, este museu funcionava no segundo andar do edifício
dos Diários associados, com uma área de 1000 metros quadrados, inaugurado em
1947. A ideia sempre foi realizar exposições periódicas, promovendo os aspectos
didáticos da arte com concursos e conferencias, e abrir escolas sobre diversos temas.
O edifício foi
erguido no terreno do antigo Belvedere Trianon, na Avenida Paulista, em 1968.
Nele foram inauguradas escolas de gravura, pintura, design industrial,
escultura, ecologia, fotografia, cinema, jardinagem, teatro, dança e até moda.
Encontra-se num
ponto privilegiado da cidade, o cruzamento de dois eixos viários sobrepostos: a
Avenida Paulista e o túnel da Avenida 9 de Julho. O edifício foi projetado como
um contêiner de arte, que armazena a cultura na zona onde se implanta. Uma
arquitetura simples, que comunica de imediato aquilo que no passado foi chamado
de monumental.
O edifício é
materializado como um grande volume que se suspende para deixar o térreo livre,
estruturando-se em dois grandes pórticos. O volume elevado está suspenso a oito
metros do solo. Com uma extensão total de 74 metros entre os pilares, a obra
constituiu o maior vão livre do mundo em sua época.
O museu tem
aproximadamente 10 mil metros quadrados. A sua base constitui uma grande praça.
Nela está um extenso hall cívico, palco de reuniões públicas e politicas; um
teatro-auditório e um pequeno auditório com sala de projeção.
No volume suspenso
estão a pinacoteca, com seus escritórios, salas de exposições temporárias,
salas de exposições particulares, e arquivos fotográficos, filmográficos e
videográficos. Para exibir as pinturas, foram utilizadas lâminas de vidro
temperado suportadas por um bloco base que imitava concreto. Isto relembrava a
posição do quadro sobre o cavalete do artista.
O vazio, que
constitui a praça seca e hall de entrada do edifício, articula ambos os lados
do edifício com a cidade: por um lado os edifício da Avenida Paulista, que
estão na mesma cota que o vazio, e por outro, o espaço que se abre nas cotas
escalonadas até o interior do túnel da Avenida 9 de Julho.
O vazio entrega ao projeto um espaço de ar e
sombra entre os altos edifícios da cidade. A ideia do vazio, de ar,
relaciona-se com a forma de exposição dentro do museu, e expressa, também, um
conceito de tempo no qual o espectador é quem domina e gere o espaço, e não o
contrário. O grande espaço livre, tanto exterior como interior, é gerido pelo
visitante, sem obriga-lo a tomar uma direção ou outra, mas sim permitindo que
se mova livremente. O grande espaço livre, tanto exterior como interior, é
gerido pelo visitante, sem obriga-lo a tomar uma direção ou outra.
Uma escada ao ar
livre e um elevador em aço e vidro são as circulações verticais do edifício. A
escada representa tanto o caminho do passado ao futuro, a ideia de tempo, como
uma forma de articular o espaço, um lugar de encontro entre o exterior e o
interior. Em um extremo do vazio, atrai os visitantes, os prepara e os faz
subir lentamente, e pausadamente, com uma escala humana dentro de um vazio de
escala desmesurada.
Acesso em 26 de março de
2013
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